As cidades inteligentes e a sustentabilidade estão interligadas, especialmente na questão da gestão de resíduos sólidos. A produção excessiva de lixo e o descarte inadequado são problemas graves que afetam o meio ambiente e a qualidade de vida urbana. A reciclagem e a reutilização de materiais são soluções essenciais, mas ainda subutilizadas em muitas partes do mundo. Países como Japão, Cingapura e Dubai avançaram na implementação de sistemas eficientes de reciclagem, enquanto cidades como São Paulo ainda enfrentam desafios consideráveis devido ao volume de resíduos gerados.
O desperdício de alimentos é o maior tipo de descarte global e representa um impacto duplo: agrava a crise climática e contribui para a fome mundial. Segundo a FAO, cerca de um terço dos alimentos produzidos globalmente é desperdiçado, gerando 8% das emissões de gases de efeito estufa. Isso reforça a necessidade de uma gestão adequada dos resíduos sólidos para mitigar impactos ambientais, como a poluição do solo, da água e do ar, e promover um uso mais eficiente dos recursos disponíveis.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, busca promover práticas sustentáveis como a redução, reciclagem e destinação correta do lixo. Essa política incentiva a economia circular, onde resíduos são tratados como recursos reintegráveis no ciclo produtivo. Além disso, iniciativas tecnológicas, como a robótica e biotecnologia, podem potencializar soluções inovadoras para reutilizar plásticos e outros materiais, otimizando processos de reciclagem e rastreamento do lixo para garantir destinações adequadas.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente os itens 12 e 17, estão alinhados à gestão eficiente de resíduos sólidos. Apesar de avanços em cidades grandes, o Brasil ainda está atrasado em comparação a países como Alemanha e Japão.