A sustentabilidade da região é fruto de uma convivência ancestral entre comunidades locais e o meio ambiente montanhoso. Nessa região de altitudes extremas, as práticas agrícolas tradicionais foram moldadas ao longo dos séculos para garantir a sobrevivência sem degradar a natureza. Um exemplo clássico é o sistema de andenes, ou terraços agrícolas, que evita a erosão do solo e permite o cultivo em encostas íngremes. Essas técnicas, herdadas do período incaico, ainda hoje demonstram sua eficiência ecológica.


Nos últimos anos, esforços de sustentabilidade foram reforçados por iniciativas comunitárias e parcerias com organizações não governamentais. Um foco importante tem sido a preservação da biodiversidade local, especialmente de espécies nativas como a quinoa, o milho andino e a batata. Agricultores locais vêm resgatando variedades tradicionais de sementes, fortalecendo a soberania alimentar e protegendo cultivos adaptados ao clima local, menos dependentes de agroquímicos.

Além disso, projetos de reflorestamento têm sido implementados para recuperar áreas degradadas por desmatamentos passados. Espécies nativas como o queñual, árvore resistente ao frio, estão sendo replantadas em altitudes elevadas para restaurar microclimas e mananciais. Essas ações contribuem para o equilíbrio hídrico e a resistência das comunidades às mudanças climáticas.


Outra frente importante é o turismo sustentável, que vem sendo promovido como alternativa econômica para as comunidades andinas. Em vez de explorar recursos naturais de forma predatória, projetos de ecoturismo valorizam a cultura local, o conhecimento tradicional e os cenários naturais, oferecendo experiências educativas aos visitantes e gerando renda com menor impacto ambiental. As comunidades locais mostram que é possível viver em harmonia com o meio ambiente, adaptando-se às mudanças sem romper com suas raízes.