Pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo eletrólito para baterias aquosas que pode revolucionar o armazenamento de energia, tornando as baterias à base de água mais seguras, escaláveis e sustentáveis. Essa inovação supera antigas limitações de voltagem que impediam essas baterias de competir com outras tecnologias.
O novo sistema amplia a janela eletroquímica, estendendo o potencial de redução de 1,3 para 0,0 volts, o que permite a criação de baterias densas em energia e com ciclo de vida mais longo. Testes mostraram que um protótipo com o eletrólito inovador se manteve estável após 2.000 ciclos, comprovando sua eficiência e durabilidade.
A novidade está em um eletrólito bicamada que combina componentes aquosos e orgânicos sem a necessidade de membrana, usando ionóforos para facilitar a movimentação dos íons de lítio e evitar a mistura entre as camadas. Essa estrutura reduz a resistência interna e melhora o desempenho geral da bateria.
As baterias à base de água também podem ser usadas em dispositivos eletrônicos portáteis e veículos elétricos urbanos, onde a segurança e a sustentabilidade são especialmente valorizadas. Pesquisas futuras poderão explorar como essa tecnologia pode ser integrada com sistemas de energia renovável em comunidades remotas.
Esse avanço é importante para setores que buscam alternativas às baterias convencionais de íons de lítio, que usam materiais inflamáveis e prejudiciais ao meio ambiente. As baterias aquosas têm menor risco de incêndio e impacto ambiental, o que as torna promissoras para aplicações como aviação elétrica e armazenamento em redes com alta participação de energia renovável.
Embora a comercialização ainda esteja em fase inicial, a pesquisa mostra que é possível repensar a química das baterias para torná-las mais seguras e eficientes.
