Entre 2003 e 2021, as plantas terrestres impulsionaram um aumento na fotossíntese global, com uma tendência parcialmente compensada por uma leve diminuição na fotossíntese entre as algas marinhas. O estudo, publicado em 1º de agosto, destaca a importância da produção primária líquida, que mede a quantidade de energia que os organismos fotossintéticos capturam e disponibilizam para sustentar quase toda a vida no ecossistema. A produção primária líquida é essencial para a saúde dos ecossistemas, a mitigação de emissões de carbono e a estabilização do clima.

A pesquisa focou na comparação entre os ecossistemas terrestres e oceânicos, áreas que, historicamente, não foram analisadas de forma integrada. Observações de satélites foram fundamentais para medir a produção primária líquida, observando a abundância de clorofila e combinando esses dados com variáveis ambientais como temperatura, luz e nutrientes. Entre 2003 e 2021, a produção primária líquida terrestre aumentou 0,2 bilhões de toneladas de carbono por ano.
As tendências em terra dominaram as do oceano, com um aumento significativo na produção primária líquida global, de 0,1 bilhões de toneladas de carbono por ano. A produção nas terras foi impulsionada pelo aquecimento nas latitudes mais altas, onde as temperaturas favoráveis e o aumento da estação de crescimento contribuíram para uma maior fotossíntese.

O estudo também identificou que eventos climáticos como El Niño e La Niña têm uma influência significativa na variabilidade da produção primária marinha. A produção primária marinha foi muito mais sensível a esses fenômenos do que a terrestre. Após 2015, eventos de La Niña contribuíram para uma reversão da tendência de produção primária nos oceanos, ressaltando a maior sensibilidade do oceano às variações climáticas.